A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) inaugurou, nesta quinta-feira (22), o Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT SENAI ITR), localizado em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O espaço, que consumiu investimento inicial de R$ 35 milhões, consolida o estado como polo estratégico em pesquisa e desenvolvimento de materiais considerados essenciais para tecnologias do futuro.
Um marco nacional e geopolítico
Durante a cerimônia, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, destacou a importância geopolítica do novo centro, apontando a iniciativa como resposta à concentração da produção global de terras raras na China. “Este é um investimento estratégico para Minas Gerais, para o Brasil e para toda a indústria ocidental. Dominar essa cadeia produtiva fora da China é fundamental para nossa soberania tecnológica”, afirmou.
Estrutura inédita no hemisfério sul
A unidade abriga o LabFabITR, primeiro laboratório-fábrica de ímãs e ligas de terras raras do hemisfério sul, instalado originalmente pela Codemge e hoje operado pela Fiemg em parceria com o SENAI. O CIT SENAI ITR será integrado a uma rede de laboratórios da instituição, conectando áreas como química, metalurgia, processamento mineral e meio ambiente.
O prefeito de Lagoa Santa, Breno Salomão, ressaltou o orgulho da cidade em sediar uma estrutura única: “Esse centro nos coloca no mapa da ciência e da indústria global.”
Potencial brasileiro
Embora complexos de extrair e processar, os 17 elementos químicos conhecidos como terras raras são essenciais em setores como energia limpa, mobilidade elétrica, defesa, supercondutores e eletrônicos. O Brasil possui cerca de 23% das reservas conhecidas no planeta, com grande potencial em estados como Minas Gerais, Goiás, Amazonas e Bahia.
Parcerias estratégicas
Nos últimos meses, o centro firmou memorandos de entendimento (MoUs) com empresas nacionais e internacionais, como Meteoric, Viridion, Aclara e ST George, além de estar prestes a lançar o projeto MagBras — rede formada por 28 empresas e 6 Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). O objetivo é criar uma estrutura robusta de P&D, inovação industrial e práticas sustentáveis de exploração mineral.
Foto: Sebastião Jacinto Junior/ Fiemg