A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) participa de testes de um novo medicamento contra a Covid-19. O remédio será destinado ao tratamento de pacientes com mais chances de desenvolver formas graves da doença.
Entre os fatores de risco, estão idade superior a 50 anos, sobrepeso, obesidade, diabetes, doenças respiratórias crônicas e imunossupressão. Pessoas que não se vacinaram ou com esquema vacinal incompleto contra o coronavírus também são mais propensas a ter casos graves.
O medicamento será indicado para pacientes não hospitalizados, com menos de cinco dias de evolução da doença. O objetivo é justamente evitar que a Covid se desenvolva com gravidade.
Ao todo, 704.488 pessoas morreram no Brasil em decorrência do coronavírus desde o início da pandemia. Neste ano, foram registrados 10.635 óbitos no país, segundo o Ministério da Saúde (MS). Em Minas Gerais, foram 727 mortes em 2023, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
“Esse medicamento busca iniciar o tratamento de pessoas em uma fase inicial da doença e que tenham um ou mais fatores de risco. A Covid ainda não foi embora”, disse o professor titular da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenador da Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac), Jorge Andrade Pinto.
egundo o professor, atualmente existem poucos medicamentos aprovados contra a Covid-19, e o fármaco em desenvolvimento tem alguns diferenciais em relação aos demais.
“Esse medicamento apresenta esse perfil de segurança maior, requer só um comprimido por dose e já tem evidências mostrando que ele é ativo contra as variantes virais. Ele representa vantagens potenciais”, afirmou Jorge.
Os testes do remédio, desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Gilead, estão em fase 3. A expectativa é que 2,7 mil voluntários participem dessa etapa em todo o mundo.
Na UFMG, um primeiro paciente já foi incluído no estudo. Pessoas acima de 18 anos que tenham um ou mais fatores de risco podem se inscrever.
“Se essas pessoas testarem positivo para Covid, serão avaliadas pela equipe imediatamente, e o tratamento com o medicamento é iniciado. O tratamento em si dura cinco dias, mas o estudo tem uma série de etapas. Esses pacientes serão acompanhados de maneira periódica”, explicou o professor.
De acordo com ele, a previsão é que os testes sejam concluídos em outubro de 2024. Depois disso, os dados serão analisados e submetidos às agências regulatórias de cada país – no caso do Brasil, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Interessados em participar dos testes como voluntários devem entrar em contato com a UFMG pelo telefone (31) 99216-0407.
Fonte: Globo Minas.
